domingo, 30 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
O SABER E O SABER-FAZER
Uma notícia publicada no jornal Público do passado dia 23 anunciava que os académicos e investigadores nacionais são responsáveis pela publicação anual de mais de 7000 “artigos científicos com significado internacional”. São mais de 20 por dia, segundo o discurso do Ministro para a Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, na III Gala da Ciência, na Figueira da Foz. De acordo com este Ministro, a este facto corresponde o maior crescimento de literatura científica verificado na Europa, na última década. Um feito que só nos deve deixar orgulhosos da nossa comunidade académica.
Não é, no entanto, suficiente. O “saber não ocupa lugar”, lá diz o adágio popular. Ou seja, nunca enche o cérebro… e já agora, também dificilmente encherá a barriga, sobretudo se não for complementado com a capacidade empreendedora de gerar riqueza. Se são visíveis os resultados de uma aposta na investigação científica, é necessário incentivar uma aproximação entre essa comunidade e a comunidade empresarial e financeira. E essa não é só uma responsabilidade dos governos. É, prioritariamente, uma responsabilidade das próprias universidades, a que as empresas devem corresponder com a necessária abertura para perceber as oportunidades que se podem gerar nessa relação. Se a academia “sabe”, as empresas “sabem-fazer”, e cada um destes conhecimentos não é valido sem o outro.
Sou da opinião de que todo o investimento que possa ser feito na educação é um normalmente bom investimento, embora quase sempre um investimento cujo retorno só é visível no longo prazo. Há no entanto excepções: Há alguns dias fui confrontado com uma solução tecnológica que me foi apresentada por um aluno da Universidade do Minho, devidamente apoiado pelo seu professor. Sem eu saber exactamente ao que vinha, apresentou-me uma solução tecnológica comparável a uma outra apresentada há alguns meses por uma multinacional estrangeira. Uma nuance: a uma fracção do custo, e com a possibilidade de desenvolver a aplicação de base à nossa medida, já que seriamos os parceiros no arranque da mesma. A decisão ainda não foi tomada, mas tenho fé em como possa nascer desta ligação uma relação de benefício mútuo, capaz de gerar a energia positiva de que ambos necessitamos!
sábado, 22 de maio de 2010
ADMIRO OS TRADUTORES
Tenho uma enorme admiração pelos tradutores. Não particularmente por aqueles que mecânicamente se limitam a converter texto de uma língua para outra, mas por aqueles que conseguem converter numa nova língua a mensagem, a ideia, a essência do que o autor quis exprimir na sua língua original. Esta minha admiração é ainda maior quando o objecto da tradução é poesia. Já não bastava fazer passar a ideia, mas adicionar-lhe o ritmo, a métrica, o lirismo e a cor das palavras exige do tradutor não só a competência técnica mas a paixão pelo que se traduz.
Um exemplo que considero fantástico é a tradução adaptada que Leonard Cohen fez para o poema de Garcia Lorca: Pequena Valsa Vienense, transformando-a no belíssimo “Take this walz”,ao qual adicionou a melodia que viria a incluir no seu álbum de 88, “I’m your man”. Não querendo alongar-me sobre as virtudes de poeta e tradutor, deixo dois links, o primeiro que compara a tradução directa do poema de Lorca com a versão de Cohen, e o segundo, uma interpretação ao vivo pelo próprio Cohen, desse tema fantástico.
http://www.webheights.net/speakingcohen/waltz.htm
http://www.youtube.com/watch?v=dSWgnSE8A-I
Mas o início desta minha crónica não é inocente, pois o que me recordou este tema foi um jogo que joguei com o meu amigo Jorge durante algum tempo, há um ano atrás, mais ou menos. O jogo era simples, mas ao mesmo tempo proporcionando alguns momentos hilariantes. Enviava-mos um ao outro por SMS o início da letra de uma canção, e o outro tinha de descobrir a que canção e intérprete se referia a mesma. A nuance divertida: as mesmas tinham de ser enviadas traduzidas para Português, ou noutra língua que não a original. Podem imaginar a profundidade de alguma letras por demais conhecidas… Imaginam “Love me do” dos The Beatles traduzido para Português? Ou “I can’t get no satisfaction” dos Rolling Stones???.... Bom, para lhes deixar um pouco de Energia Positiva para enfrentar este fim-de-semana de sol, aqui vos deixo “Diversão, Diversão, Diversão” dos Rapazes da Praia, ou, na versão original “Fun, Fun, Fun”, dos Beach Boys!
Bem, ela pegou no carro do Paizinho
E foi até à hambúrgueria. (n.t.: Perdoem o anglicismo, mas “ barraca dos hambúrgueres” não soava bem)
Parece que se terá esquecido da biblioteca,
Como teria dito ao velhote…
E com o rádio aos berros,
Lá vai ela circulando tão depressa quanto possível….
E ela vai ter diversão, diversão, diversão,
Até o Pai lhe tirar o carrinho (n..t.: no caso um Thunderbird, o T-Bird, como no original) de volta…
O resto das miúdas não a suportam (n.t.: invejosas…),
Porque ela caminha, parece-se e conduz como um ás (n.t.: de copas, seguramente….)
(ela caminha como um ás… ela caminha como um ás…)
Ela faz parecer as 500 milhas de Indianápolis uma corrida de quadrigas romanas
(ela parece um ás…. ela parece um ás….)
Uma cambada de miúdos anda a ver se a consegue apanhar (n.t.: pudera….)
Mas ela leva-os a uma caça aos gambuzinos (n.t.: o equivalente nacional para esta espécie de “wild goose”)
(ela conduz como um ás… ela conduz como um ás…)
E ela vai ter diversão, diversão, diversão,
Até o Pai lhe tirar o carrinho de volta….
Ora tu sabias desde o início
Que o Paizinho estava a aconselhar-te juizinho… (n.t.: O Pai é o único com cabeça, nesta história)
(não devias ter mentido… não devias ter mentido…)
E como ele te tirou o teu conjunto de chaves (n.t.: eu tê-la-ia proibido de usar o Facebook durante uma semana…)
Ficaste a pensar que agora é que se acabou a diversão!
(não devias ter mentido… não devias ter mentido…)
Mas afinal podes vir comigo,
Pois vamos ter imensas coisas para fazer!
(não devias ter mentido… não devias ter mentido…)
E nós vamos ter diversão, diversão, diversão, agora que o Paizinho te tirou o carrinho….
E nós vamos ter diversão, diversão, diversão, agora que o Paizinho te tirou o carrinho….
E nós vamos ter diversão, diversão, diversão, agora que o Paizinho te tirou o carrinho….
….
Percebem agora a minha admiração pelos tradutores?!
quinta-feira, 20 de maio de 2010
FADO, FUTEBOL E FÁTIMA
Este título remete para um Portugal que já não existe, segundo creio. E do qual tampouco me recordo. Porém, ao analisar o passado muito recente, constato que vi um país em ebulição com a vitória do Benfica e com a visita de Sua Santidade, o Papa Bento XVI.
Se há algo que a democracia nos ensinou, é o poder da maioria, e convenhamos, a maioria dos Portugueses entusiastas da bola é do Benfica (o clube alega 6 milhões de simpatizantes, segundo uma qualquer sondagem que não verifiquei). Por outro lado, a maioria dos Portugueses crentes é Católica. Logo, o impacto da energia positiva decorrente destes dois factos foi um excelente acto de gestão: maximização dos efeitos! Fosse o F.C.Porto o vencedor, e já o impacto seria muito menor, não só porque a base de simpatizantes é menor, como já não seria novidade… Fosse uma visita do Dalai Lama, e, por muito simpático que Sua Santidade Tenzig Gyatzo nos seja, a energia positiva libertada pela sua vinda seria seguramente menor. Recordo, aliás, que Sua Santidade já nos concedeu o privilégio da sua visita, salvo erro em 2007.
Então, e como encaixo eu o “fado” no meio de tudo isto? Poderia remeter para o novo disco dos “Deolinda”, que não tive ainda o prazer de ouvir, mas que, a ser como o primeiro, será extraordinário, no mínimo… Mas não, não vou por aí. O Fado é intrínseco a ser Português. Tão tuga como a sardinha assada ou um GNR ter bigode. Corre-nos no sangue. Sai pelos poros quando nos lamentamos dos impostos (ups!!!… tinha prometido evitar estes temas), dos políticos, dos patrões, dos empregados, dos vizinhos, do canário, do…
O fado é normalmente triste, assim como o é a nossa incapacidade de perceber as inúmeras oportunidades que se escondem nessas supostas desgraças. O problema é que nós, os Portugueses, gastamos tanta energia a cantar o fado, que pouca nos sobra para empreender. Somos naturalmente chorões e pouco empreendedores, e não me refiro apenas ao sector empresarial! Somos naturalmente chorões e preguiçosos. Por isso é que eu vejo esta crise como uma oportunidade. Vamos ser forçados a ser melhores. Vamos ter todas as razões para cantar o fado, mas estaremos tão cansados a empreender o nosso futuro que não vamos ter energias para o fazer. É essa a vantagem das crises: liberta o que de melhor há em nós. Esta crise, como em tudo na vida, não durará para sempre, por isso, não vale a pena cantar o fado do coitadinho, mas concentrar as energias no que é realmente importante: empreender, criar, produzir, fazer, e fazer acontecer.
Esta crise vem carregadinha de energia positiva!
Se há algo que a democracia nos ensinou, é o poder da maioria, e convenhamos, a maioria dos Portugueses entusiastas da bola é do Benfica (o clube alega 6 milhões de simpatizantes, segundo uma qualquer sondagem que não verifiquei). Por outro lado, a maioria dos Portugueses crentes é Católica. Logo, o impacto da energia positiva decorrente destes dois factos foi um excelente acto de gestão: maximização dos efeitos! Fosse o F.C.Porto o vencedor, e já o impacto seria muito menor, não só porque a base de simpatizantes é menor, como já não seria novidade… Fosse uma visita do Dalai Lama, e, por muito simpático que Sua Santidade Tenzig Gyatzo nos seja, a energia positiva libertada pela sua vinda seria seguramente menor. Recordo, aliás, que Sua Santidade já nos concedeu o privilégio da sua visita, salvo erro em 2007.
Então, e como encaixo eu o “fado” no meio de tudo isto? Poderia remeter para o novo disco dos “Deolinda”, que não tive ainda o prazer de ouvir, mas que, a ser como o primeiro, será extraordinário, no mínimo… Mas não, não vou por aí. O Fado é intrínseco a ser Português. Tão tuga como a sardinha assada ou um GNR ter bigode. Corre-nos no sangue. Sai pelos poros quando nos lamentamos dos impostos (ups!!!… tinha prometido evitar estes temas), dos políticos, dos patrões, dos empregados, dos vizinhos, do canário, do…
O fado é normalmente triste, assim como o é a nossa incapacidade de perceber as inúmeras oportunidades que se escondem nessas supostas desgraças. O problema é que nós, os Portugueses, gastamos tanta energia a cantar o fado, que pouca nos sobra para empreender. Somos naturalmente chorões e pouco empreendedores, e não me refiro apenas ao sector empresarial! Somos naturalmente chorões e preguiçosos. Por isso é que eu vejo esta crise como uma oportunidade. Vamos ser forçados a ser melhores. Vamos ter todas as razões para cantar o fado, mas estaremos tão cansados a empreender o nosso futuro que não vamos ter energias para o fazer. É essa a vantagem das crises: liberta o que de melhor há em nós. Esta crise, como em tudo na vida, não durará para sempre, por isso, não vale a pena cantar o fado do coitadinho, mas concentrar as energias no que é realmente importante: empreender, criar, produzir, fazer, e fazer acontecer.
Esta crise vem carregadinha de energia positiva!
A (minha) Energia Positiva
Decidi começar um blogue. Justamente agora que esta moda atingiu a maturidade, e quando as redes sociais ganham a liderança no mercado das ideias enlatadas. Sendo, porém, um pseudo-escritor em busca de espaço, encontro nas redes sociais a limitação dos caracteres e dos clientes. Logo, por preferir os espaços amplos, blogo!
O primeiro passo após a tomada de decisão da abertura do blogue, é a definição do seu título, que, preferencialmente, deverá remeter para uma temática específica. Não possuindo os dotes estilísticos ou de análise política e social de bloguistas famosos como Pacheco Pereira e quejandos, vejo-me obrigado a ir pescar ideias ao mercado. Como sempre achei que o uso da mensagem publicitária “Energia Positiva” por parte de uma conhecida gasolineira contém um pouco de apropriação indevida de um conceito que transcende o petróleo ou o gás natural (que de positivo têm apenas os benefícios que nos oferecem), e porque entendo que “energia positiva” é mesmo do que andamos todos a precisar, fui “roubar” o nome.
Agora que já tenho um nome, convém que este remeta para uma temática.
Vivemos num mundo muito estranho. Na incessante busca da felicidade a que arremetemos a nossa gloriosa existência, chocamos continuamente com obstáculos que nos desmotivam, frustram, oprimem, e não nos deixam ver que não há nenhum túnel sem fim (convém não confundir a luz no fundo do mesmo com o farol do comboio que vem na nossa direcção). Por essa razão, vou concentrar os meus escritos nas pequenas luzes (do Sol), que podem ser vistas do lado de cá do túnel. Quem sabe, assim, poderei humildemente contribuir para tornar as travessias um pouco menos enfadonhas. Decidi fazer um blogue optimista, e em prol do optimismo. Assim, se tiver de falar de impostos, será para dizer que nem todos são mal gastos, ou que não teremos de os pagar para sempre! Uma coisa é certa: como dizia Mary Poppins, com uma colher de açúcar até o mais amargo remédio é mais fácil de tomar, por isso, vou tentar não me esquecer de colocar uma colher de açúcar nos meus escritos. E por vezes, tentarei partilhar notícias ou outros elementos que eu ache que os meus leitores poderão gostar.
Finalmente, a questão da regularidade. Como sou muito pragmático, quanto a este tema apenas tenho a certeza de duas coisas:
1. Isto não é a minha vida, por isso só escreverei quando tiver algo para dizer, e se tiver tempo para o fazer;
2. É natural que o entusiasmo vá diminuindo. Se nos primeiros tempos tentarei escrever com alguma regularidade, é natural que essa frequência vá diminuindo. Se sentirem a falta, vão-me espicaçando…
E agora que já me justifiquei (o que nem era necessário), vamos aos escritos!
O primeiro passo após a tomada de decisão da abertura do blogue, é a definição do seu título, que, preferencialmente, deverá remeter para uma temática específica. Não possuindo os dotes estilísticos ou de análise política e social de bloguistas famosos como Pacheco Pereira e quejandos, vejo-me obrigado a ir pescar ideias ao mercado. Como sempre achei que o uso da mensagem publicitária “Energia Positiva” por parte de uma conhecida gasolineira contém um pouco de apropriação indevida de um conceito que transcende o petróleo ou o gás natural (que de positivo têm apenas os benefícios que nos oferecem), e porque entendo que “energia positiva” é mesmo do que andamos todos a precisar, fui “roubar” o nome.
Agora que já tenho um nome, convém que este remeta para uma temática.
Vivemos num mundo muito estranho. Na incessante busca da felicidade a que arremetemos a nossa gloriosa existência, chocamos continuamente com obstáculos que nos desmotivam, frustram, oprimem, e não nos deixam ver que não há nenhum túnel sem fim (convém não confundir a luz no fundo do mesmo com o farol do comboio que vem na nossa direcção). Por essa razão, vou concentrar os meus escritos nas pequenas luzes (do Sol), que podem ser vistas do lado de cá do túnel. Quem sabe, assim, poderei humildemente contribuir para tornar as travessias um pouco menos enfadonhas. Decidi fazer um blogue optimista, e em prol do optimismo. Assim, se tiver de falar de impostos, será para dizer que nem todos são mal gastos, ou que não teremos de os pagar para sempre! Uma coisa é certa: como dizia Mary Poppins, com uma colher de açúcar até o mais amargo remédio é mais fácil de tomar, por isso, vou tentar não me esquecer de colocar uma colher de açúcar nos meus escritos. E por vezes, tentarei partilhar notícias ou outros elementos que eu ache que os meus leitores poderão gostar.
Finalmente, a questão da regularidade. Como sou muito pragmático, quanto a este tema apenas tenho a certeza de duas coisas:
1. Isto não é a minha vida, por isso só escreverei quando tiver algo para dizer, e se tiver tempo para o fazer;
2. É natural que o entusiasmo vá diminuindo. Se nos primeiros tempos tentarei escrever com alguma regularidade, é natural que essa frequência vá diminuindo. Se sentirem a falta, vão-me espicaçando…
E agora que já me justifiquei (o que nem era necessário), vamos aos escritos!
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